Subindo
no elevador notei que tinha o seguinte informativo.
Fiquei bem
tranquilo, imaginei que o documento tratava-se apenas da permanecia de animais
no condomínio referindo-se as áreas
comuns do edifício. A meu ver, nada mais correto, pois sempre me enquadrei nas
normas.
Antes
de comprar o Dodi vim até a portaria e perguntei ao porteiro se era
possível ter animal no apartamento. Ele falou que não teria problema.
Já com
o Dodi em casa encontrei a síndica que comentou que segundo o estatuto não
poderia ter animais no prédio, mas ela tolerava e já existia outro apartamento
com animal. Interessante foi a expressão “eu tolero”, como se ela fosse dona do
prédio e estava me fazendo um favor.
Dai em
diante segui as recomendações passadas tais como : sair pela garagem, segurar
no colo nas áreas comuns, perguntar
quando o elevador estava ocupado se poderia entrar com o Dodi. Enfim, coisas simples.
Com o
passar do tempo o porteiro falou que eu não precisava transportá-lo no colo e
não precisaria sair pela garagem.
O
resumo da ópera é que andava tudo bem até o bendito comunicado afixado no
elevador estabeleceu a discórdia no edifício.
Em
particular a minha paz acabou quando fui até a praça e encontrei um vizinho que veio falar
sobre o fato. Afirmou que o síndico havia afirmado " para ele" que seria para tirar todos os
animais .
Não sou
diferente de ninguém, vale sempre o velho ditado.
“Um boi para não entrar em uma briga...
Mas uma boiada para não
sair”.
Voltei
para casa indignado, foi ai que postei no facebook falando sobre o meu
problema. Neste momento vi como eu tenho bons amigos. Foram 33 comentários de discussão
do tema. Recebi muitas dicas, estas eu farei uma coletânea para fazer uma
postagem para ajudar, como vocês me ajudaram, falando sobre o assunto a quem passar pelo mesmo problema.
Então
resolvi que faria uma reunião em casa com os 10 apartamentos que possuem pets
no domingo à tarde. Minha intenção era acalmar os ânimos e tentarmos um acordo.
Não sendo possível, iria reunir toda a nossa
defesa em um só discurso. Senti a necessidade desta reunião, estava claro que
viraria uma guerra. Tudo estava indo para o pessoal. Para vocês terem uma ideia
até uma investigação da vida do síndico foi feita, nada oficial é claro (a qual
eu não fiz parte, é lógico). Se alguém do prédio reclamar do que eu escrevi lembre-se
que é uma licença poética e que “ esta é uma obra de ficção, os fatos que se assemelharem-se
com a realidade é mera coincidência”.
A
maioria das pessoas não tinha poder de voto. Este era o trunfo do síndico. Mas
pensando bem não temos o poder de voto, mas temos o poder do pagamento do condomínio.
Imagine se estes 10 apartamentos resolvessem não pagar o condomínio em dia, e sim, pagar ao invés do dia 5 de cada mês apenas no dia 30! Existem
muitos compromissos que são pagos no início
do mês.
Caso a
lei do silêncio impere após as 23 h, nada impede que os 10 apartamentos possam
por coincidência
no horário de novela deixar a Tereza Cristina Siqueira de Vielmont agora Valdez falar no volume mais alto, imagine ela gritando dos 10 apartamentos no mesmo tempo!
E tudo
isto sem a questão legal que nos assegura o direito de temos animais. O que eu
já falei que farei uma postagem especial.
Escrevi
estes últimos parágrafos para tentar passar a raiva que passei, lógico que é
tudo loucura. E saliento que estas idéias de demente só conto para vocês. Mas quando a gente fica bravo fica louco mesmo . Não acha? Aposto
que você em uma situação de injustiça já fez planos mirabolantes para resolver
o problema. Ou sou só eu que sou assim.
Se for só eu favor não me contar.
Nossa o que esta foto está fazendo ai? Nem pensei isto!!!
Na
sexta pela tarde quando saia para buscas os motivos da discórdia que estavam no
banho encontrei o síndico na porta. Assim que o vi fiz uma cara de “ não chegue
perto senão leva uma surra”.
O que o Anderson Silva está ai novamente!!!
Ele percebeu na hora e me chamou.
- Por favor, o “rapaz” pode vir conversar comigo.
Eu, armado que estava, respondo:
-O “rapaz” se chama Mauricio.
Curto, grosso, direto e eu continuava com a
cara de “vou te bater AGORA”.
Para minha surpresa ele fala:
- Acho que está havendo
um mal entendido a respeito do comunicado. Eu jamais iria obrigar a vocês
tirarem o animal de casa.
Agora
ele respira e faz uma cara de bonzinho ,parecido com a fala da primeira síndica
que disse que “tolerava” os cães no
apartamento, e fala:
- Sempre uso você de referência para falar do bom
relacionamento entre cão e condomínio. E ainda por cima é contra a lei esta
proibição.
Se a
intenção dele era fazer eu mudar de lado, saiu perdendo.
Falei:
- Que tal seria se fosse o contrário, pois tudo o que fiz
aqui em relação ao cachorro foi consultado o condomínio antes. E eu estava
preocupado com sua atitude de síndico, pois se você fosse fazer isto teria que contratar
um advogado que seria pago com o dinheiro do meu condomínio que é rigorosamente
pago em dia e dos outros 9 apartamentos. E como você deve saber esta é uma
causa perdida.
Sentindo que seu plano tinha dado errado ele larga:
-Aposto que alguém fez sua cabeça. Existe uma corrente do
mau no prédio.
Respondo:
-De fato conversei com um morador que havia afirmado que a
intenção era tirar os animais.
Ele:
-Quem foi?
Indignado falo:
- Prefiro não falar para não dar assunto para fofoca. E se
você, como síndico, de viva voz me fala a real intenção acaba o dúvida. Também
me sinto do direito de não falar, pois
existiu uma situação que reclamaram que eu estava com o volume alto no meu
apartamento quando eu estava no Rio de Janeiro, perguntei quem reclamou e me
deram a mesma resposta que eu te dei agora.
Ele retruca:
- Se não me falar é
só um procurar na câmera de segurança do elevador e vejo com quem você subiu nestes dias.
Penso:
Nada
diferente poderia esperar de um síndico
que acredita em corrente do mau no prédio. Deve ficar fazendo leitura labial
das 500 pessoas que moram aqui todos os dias.
Fico indignado e
respondo sem antes deixar uma enorme gargalhada na conversa:
Já que você, como sindico, não tem nada melhor para fazer.
Procure! Para facilitar sua vida foi nas últimas semanas e eu estava fantasiado de Índio.
Seria cômico se não fosse o meu síndico.
Neste momento
eu poderia gastar todo o embasamento legal que aprendi, mas seria dar arma para
bandido. Calei-me e dei um até logo.
No
caminho do pet fiquei tranquilo, pois ele havia se retratado e tudo era como eu
imaginava no início. Apenas regulamentar as áreas comuns .
E para
minha maior surpresa, finalizando o entreveiro, quando pego o elevador o documento havia sido trocado e
pasmem, sumiu o item da discórdia.
Então
de um lado eu tenho um morador que afirma que o síndico falou que o documento era para tirar os
animais. Que por sinal dizem que é o dono do cachorro mais barulhento de
prédio. O animal é bem grande e foi pego adulto da rua e obviamente não está acostumado em morar
em um apartamento pequeno.
Do
outro lado tenho um síndico que não me inspira confiança. Seus olhos mentem.
Mas de
concreto o que tenho? Apenas um instrumento informativo mal redigido
ou quem sabe bem redigido?
Acredito que o síndico não seria ingênuo o suficiente para
colocar um item polêmico de forma tão dúbia. Acredito que sua intenção mudou de acordo com
os acontecimentos.
Também
não achei correto ele tirar da pauta o assunto. Pois tudo o que é discutido
democraticamente é claro.
Mas que
sabe o errado sou eu! Todas as vezes que pedi para ler o estatuto do prédio
vieram com evasivas e não me mostraram. Talvez o regime do meu condominio não
seja democrático e sim ditatorial. Dai entendesse a expressão da sindica "eu tolero" e
as mudanças de opinião do síndico.
Acho que no fundo souberam que eu sou sangue quente e me quiseram colocar de massa de
manobra nos corredores do Edifício “ Cubanacam”
Tomara que a história tenha acabado aqui.