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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Edifício “ Cubanacam”


                Subindo no elevador notei que tinha o seguinte informativo.



                Fiquei bem tranquilo, imaginei que o documento tratava-se apenas da permanecia de animais no condomínio referindo-se  as áreas comuns do edifício. A meu ver, nada mais correto, pois sempre me enquadrei nas normas.

                Antes de comprar o Dodi vim até a portaria e perguntei ao porteiro se era possível ter animal no apartamento. Ele falou que não teria problema.

                Já com o Dodi em casa encontrei a síndica que comentou que segundo o estatuto não poderia ter animais no prédio, mas ela tolerava e já existia outro apartamento com animal. Interessante foi a expressão “eu tolero”, como se ela fosse dona do prédio e estava me fazendo um favor.

                Dai em diante segui as recomendações passadas tais como : sair pela garagem, segurar no colo nas áreas comuns,  perguntar quando o elevador estava ocupado se poderia entrar com o Dodi.  Enfim, coisas simples.

                Com o passar do tempo o porteiro falou que eu não precisava transportá-lo no colo e não precisaria sair pela garagem.

                O resumo da ópera é que andava tudo bem até o bendito comunicado afixado no elevador estabeleceu a discórdia no edifício.

                Em particular a minha paz acabou quando fui até a  praça e encontrei um vizinho que veio falar sobre o fato. Afirmou que o síndico havia afirmado " para ele"  que seria para tirar todos os animais .

                Não sou diferente de ninguém, vale sempre o velho ditado.

“Um boi para não entrar em uma briga...


 Mas uma boiada para não sair”.


                Voltei para casa indignado, foi ai que postei no facebook falando sobre o meu problema. Neste momento vi como eu tenho bons amigos. Foram 33 comentários de discussão do tema. Recebi muitas dicas, estas eu farei uma coletânea para fazer uma postagem para ajudar, como vocês me ajudaram, falando sobre o assunto a quem passar pelo mesmo problema.

                Então resolvi que faria uma reunião em casa com os 10 apartamentos que possuem pets no domingo à tarde. Minha intenção era acalmar os ânimos e tentarmos um acordo. Não sendo possível,  iria reunir toda a nossa defesa em um só discurso. Senti a necessidade desta reunião, estava claro que viraria uma guerra. Tudo estava indo para o pessoal. Para vocês terem uma ideia até uma investigação da vida do síndico foi feita, nada oficial é claro (a qual eu não fiz parte, é lógico). Se alguém do prédio reclamar do que eu escrevi lembre-se que é uma licença poética e que “ esta é uma obra de ficção, os fatos que se assemelharem-se com a realidade é mera coincidência”.

                A maioria das pessoas não tinha poder de voto. Este era o trunfo do síndico. Mas pensando bem não temos o poder de voto, mas temos o poder do pagamento do condomínio. Imagine se estes 10 apartamentos resolvessem não pagar o condomínio em dia, e sim, pagar ao invés do dia 5 de cada mês apenas no dia 30! Existem muitos compromissos  que são pagos no início do mês.

                Caso a lei do silêncio impere após as 23 h, nada impede que os 10 apartamentos possam por coincidência no horário de novela deixar a  Tereza  Cristina Siqueira de Vielmont agora Valdez falar no volume mais alto, imagine ela gritando dos 10 apartamentos no mesmo tempo!


                E tudo isto sem a questão legal que nos assegura o direito de temos animais. O que eu já falei que farei uma postagem especial.

                Escrevi estes últimos parágrafos para tentar passar a raiva que passei, lógico que é tudo loucura. E saliento que estas idéias de demente só conto para vocês. Mas quando a gente fica bravo fica louco mesmo . Não acha? Aposto que você em uma situação de injustiça já fez planos mirabolantes para resolver o problema. Ou sou só eu que sou assim.
Se for só eu favor não me contar.

                Nossa o que esta foto está fazendo ai? Nem pensei isto!!!

                Na sexta pela tarde quando saia para buscas os motivos da discórdia que estavam no banho encontrei o síndico na porta. Assim que o vi fiz uma cara de “ não chegue perto senão leva uma surra”.

O que o Anderson Silva está ai novamente!!!

Ele percebeu na hora e me chamou.

- Por favor, o “rapaz” pode vir conversar comigo.

Eu, armado que estava, respondo:

-O “rapaz” se chama Mauricio.

                 Curto, grosso, direto e eu continuava com a cara de “vou te bater AGORA”.

Para minha surpresa ele fala:

-  Acho que está havendo um mal entendido a respeito do comunicado. Eu jamais iria obrigar a vocês tirarem o animal de casa.

                Agora ele respira e faz uma cara de bonzinho ,parecido com a fala da primeira síndica que disse  que “tolerava” os cães no apartamento, e fala:

- Sempre uso você de referência para falar do bom relacionamento entre cão e condomínio. E ainda por cima é contra a lei esta proibição.

                Se a intenção dele era fazer eu mudar de lado, saiu perdendo.

Falei:
- Que tal seria se fosse o contrário, pois tudo o que fiz aqui em relação ao cachorro foi consultado o condomínio antes. E eu estava preocupado com sua atitude de síndico, pois se você fosse fazer isto teria que contratar um advogado que seria pago com o dinheiro do meu condomínio que é rigorosamente pago em dia e dos outros 9 apartamentos. E como você deve saber esta é uma causa perdida.

Sentindo que seu plano tinha dado errado ele larga:

-Aposto que alguém fez sua cabeça. Existe uma corrente do mau no prédio.

Respondo:

-De fato conversei com um morador que havia afirmado que a intenção era tirar os animais.

Ele:

-Quem foi?

Indignado falo:

- Prefiro não falar para não dar assunto para fofoca. E se você, como síndico, de viva voz me fala a real intenção acaba o dúvida. Também me sinto do direito de não falar,  pois existiu uma situação que reclamaram que eu estava com o volume alto no meu apartamento quando eu estava no Rio de Janeiro, perguntei quem reclamou e me deram a mesma resposta que eu te dei agora.

Ele retruca:

- Se  não me falar é só um procurar na câmera de segurança do elevador  e vejo com quem você subiu nestes dias.

Penso:

                Nada diferente  poderia esperar de um síndico que acredita em corrente do mau no prédio. Deve ficar fazendo leitura labial das 500 pessoas que moram aqui todos os dias.

 Fico indignado e respondo sem antes deixar uma enorme gargalhada na conversa:

Já que você, como sindico, não tem nada melhor para fazer. Procure! Para facilitar sua vida foi nas últimas semanas  e eu estava fantasiado de Índio.

Seria cômico se não fosse o meu síndico.

                Neste momento eu poderia gastar todo o embasamento legal que aprendi, mas seria dar arma para bandido. Calei-me e dei um até logo.

                No caminho do pet fiquei tranquilo, pois ele havia se retratado e tudo era como eu imaginava no início. Apenas regulamentar as áreas comuns .

                E para minha maior surpresa, finalizando o entreveiro,  quando pego o elevador o documento havia sido trocado e pasmem, sumiu o item da discórdia.



                Então de um lado eu tenho um morador que afirma que o síndico  falou que o documento era para tirar os animais. Que por sinal dizem que é o dono do cachorro mais barulhento de prédio. O animal é bem grande e foi pego adulto da rua e obviamente não está acostumado em morar em um apartamento pequeno.

                Do outro lado tenho um síndico que não me inspira confiança. Seus olhos mentem.

                Mas de concreto o que  tenho?  Apenas um instrumento informativo mal redigido ou quem sabe bem redigido?

              Acredito que o síndico não seria ingênuo o suficiente para colocar um item  polêmico de forma tão dúbia. Acredito que sua intenção mudou de acordo com os acontecimentos.

                Também não achei correto ele tirar da pauta o assunto. Pois tudo o que é discutido democraticamente é claro.

                Mas que sabe o errado sou eu! Todas as vezes que pedi para ler o estatuto do prédio vieram com evasivas e não me mostraram. Talvez o regime do meu condominio não seja democrático e sim ditatorial. Dai entendesse a expressão da sindica "eu  tolero" e as mudanças de opinião do síndico.

           Acho que no fundo souberam  que eu sou sangue  quente e me quiseram colocar de massa de manobra nos corredores do Edifício “ Cubanacam”
          Tomara que a história tenha acabado aqui.

2 comentários:

  1. A exemplo de Clarice Lispecto(dizer muito em poucas palavras): Hilário! Parabéns Maurício brado retumbante!(aproveitando a mídia como vc! heheh)

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  2. kkkkkkk....não se preocupe Maurício! Todos nós fazemos planos mirabolantes para tentar resolver nossos problemas. Tu és normal! Acredito que tudo esteja resolvido! Comentários maldosos sempre existirão, mas como se diz, nem Jesus agradou a todos!

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