Levei o Dodi e o Ramon no Pet. Dodi para tomar banho e o Ramon para a
veterinária acompanhar. Tudo certinho. O Dodi saiu lindo e cheiroso e o Ramon passando de
650 gr para 850 gr. Perfeito!!!
Até que o Ramon entrou no carro e fez um cocô, digo, uma diarréia horrível
com sangue no acento do carro. Como estava na correria achei que era só uma
diarréia normal com algo que eu confundi com sangue (será que ele comeu uma
beterraba escondido?). È bom comentar que sou daltônico. Então não me peça para
reconhecer o vermelho de sangue. Mas o meu amigo Antonio, que por sinal é
médico, confirmou o que eu teimava em não acreditar. Era sangue!
Passou pela minha cabeça que aquilo aconteceu porque ele ficou 2 horas no
meu colo no pet para esperar o Dodi. Como ele sempre esta fazendo cocô teve que
segurar e quando saiu estava com sangue ou foi o sanguinho da carne crua que eu
dei. Estas horas que vemos como criamos teorias absurdas para não ver a verdade
obvia.
No final da tarde veio à confirmação, mais diarréia com sangue.
Tentei entrar em contato com a veterinária do Pet, mas já estava fechado e
eu não tinha o celular dela. Então, veja você, tive que enfrentar a emergência
do Hospital Veterinário Batel.
O lugar é muito bonito, pelo que cobram devem investir pesado na decoração.Quando
precisar vá com dinheiro, pois você esta em uma emergência, num hospital que é
localizado no Batel. Valendo a expressão luxo agregado ao valor da consulta.
A veterinária testou todos os reflexos do Ramon, tirou a temperatura, examinou
a pelagem e levou um susto quando ele deitou a cabeça para traz. Como ele
sempre faz, como o Dodi faz, enfim como qualquer pequinês da face da terra
faz...
Quando ela se assustou eu me assustei com o susto dela. Se ela falasse que aquilo era caso de
internação (a inclinada do pescoço) eu iria sair no exato momento sem pagar
absolutamente nada. Graças a Deus não falou nada e antes que eu me irritasse
mais falei que era normal nos pequineses.
Na ultima postagem eu falei sobre alimentação natural. Comecei, além da
ração, a dar carne crua para os dois. Esta era a razão da culpa que me
consumia. Eu já estava me sentindo um assassino. Como eu pude acreditar em uma
louca que posta vídeos na net falando sobre alimentação natural. E completando meu
martírio o meu amigo Antonio ainda me tripudiou dizendo que era culpa da carne
moída crua. O diabo já devia estar preparando o meu quarto no inferno.
Nesta hora lembrei o preço que eu
estava pagando e resolvi valer cada centavo da consulta. Comecei a perguntar de
tudo. Até o signo da veterinária.
È lógico que a primeira pergunta foi a respeito da carne moída crua de primeira.
- Então doutora! Estes dias dei carne moída de 1ª crua para o Ramon e o
Dodi. Você acha que isto foi à causa da diarréia com sangue no Ramon? Pois o
Dodi esta ótimo!
A aguardada resposta da Doutora: Claro que não (neste momento minha alma
ficou leve), fizeste muito bem, pois o Ramon esta com início de anemia. Carne
crua junto à ração faz muito bem.
Com a resposta até nem achei tão caro a consulta (rsrs)!
Esta sentença me livrou de ser considerado o assassino da carne moída crua
de primeira.
No decorrer da consulta ela ficou assustada com o tamanho e peso do Ramon.
Quando examinou as patinhas fez uma cara de espanto. Imagine se ela tivesse
visto ele com 650 gr. Eu comemorei tanto os 200 gr. que ele ganhou. Parecia que
ela estava vendo um animal que fora regatado pela Missão de Paz da ONU no Haiti.
Nesta hora veio a conclusão da onerosa consulta.
Ramon esta com Giárdia!!!
Giárdia?
Quando fazemos curso pré vestibular recebemos um bombardeio de informação de
todas as áreas do conhecimento. Achamos que esta gama temas jamais serão usados.
Pois é uma inverdade. Eu lembrei o desenho da apostila que tinha um protozoário
estrábico, o tal do giárdia.
Então foi este tal vesgo que me tirou o sossego do final de semana.
Giardíase é uma infecção intestinal provocada pelo protozoário Giárdia
lamblia que normalmente atinge em maior proporção o intestino delgado. É
contraída por contaminações fecais e orais, ou seja, pela ingestão de alimentos
contaminados pelo protozoário.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos podem ser
severos, mas uma grande parcela dos infectados pode permanecer
assintomática, e os animais jovens são os que, mais freqüentemente
desenvolvem os sintomas. Os sinais clínicos da giardíase incluem
diarréia mal cheirosa aguda ou crônica e com gosma, vômito, dor
abdominal , desidratação, perda de peso ou redução do ganho do mesmo.
Não
existem sinais característicos da giardíase, pois diversas enfermidades
intestinais se assemelham a ela, como ocorre com as gastroenterites
virais, as bacterianas e as causadas por outros parasitos.Também se
assemelha às alergias de origem alimentar, à enfermidade da má-absorção,
a gastroenterite induzida por fármacos e as enfermidades alérgicas.
Diagnóstico O
método mais indicado, hoje, para a detecção de Giárdia nas fezes é a
Flotação com Sulfato de zinco com centrifugação, um teste diagnóstico
econômico e muito eficaz. Um fator importante é a necessidade de
utilizar três amostras de fezes, coletadas em dias alternados, ao longo
de uma semana. Isto porque a eliminação de cistos é intermitente, o que
pode gerar resultados falso-negativos quando se utiliza uma única
amostra.
Tratamento Os agentes
quimioterápicos incluem os nitroimidazóis ( metronidazol, tinidazol),
furadolizona, benzimidazóis (febendazol, albendazol), entre outros.
O
mais comum é que a base do tratamento da giardíase seja eliminar os
sinais clínicos associados com a infecção. Nos animais, freqüentemente
ocorre a reinfestação, se os cistos infectantes não são retirados do
ambiente. Isto implica em uma limpeza e desinfecção profundas sempre que
possível, além de assegurar que a água e o alimento não se contaminem
com as fezes.
Vacina Está provado que a
vacina estimula o animal a resistir ao parasito, sendo uma solução
efetiva em longo prazo para o controle desta enfermidade parasitária, já
que a imunidade natural contra Giárdia é de curta duração. Mesmo que os
tratamentos se mostrem eficazes, a reinfecção em animais é muito
freqüente , devido à dificuldade de se eliminar os cistos infectantes do
ambiente. Um animal vacinado, além de protegido contra giardíase, não
representará mais uma fonte de infecção a outros animais.
Hoje levei o Ramon para a veterinária do pet dar mais uma
olhada e saber qual o remédio que eu estava dando. Ela considerou o diagnostico
do Hospital do Batel correto. E resolvemos adiantar a vermifugação que seria
feita na próxima semana.
Vale à pena salientar que o Ramon esta super ativo, mais
brincalhão que nunca. Parecia nem se importar com a diarréia.
Redobrei a higiene do meu apartamento e principalmente do
cantinho dele. O tratamento vai longe, mas o cocozão que ele fez antes de eu
sair para o trabalho valeu à pena toda a saga do final de semana.